SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE PIRACICABA

Grupo Comunitário de Saúde Mental apresenta resultados satisfatórios e será ampliado  

17 de janeiro de 2019 • Leandro Bollis

Em julho de 2018, teve início na USF Sol Nascente o “Grupo Comunitário de Saúde Mental”, um espaço dedicado ao cuidado com a saúde mental e com o amadurecimento pessoal. Por meio de reuniões promovidas pela Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), da Secretaria Municipal de Saúde, é proposto um exercício de atenção e reflexão sobre a vida cotidiana, compartilhando experiências e principalmente aprendendo com elas e valorizando. E os resultados até o momento apresentados são satisfatórios.

 

O grupo é um local de descobertas. Ao conhecer os caminhos de vida trilhados por outros participantes, podemos ampliar a capacidade de perceber e compreender a realidade, experimentando ajudar e ser ajudado. Os encontros promovem o desenvolvimento de uma rede de pessoas articuladas a partir do cuidado com a própria vida”, explicou Elaine Regina Defavari, enfermeira da unidade.

 

O grupo é aberto a comunidade. Qualquer pessoa interessada em refletir sobre suas experiências pode participar das reuniões que acontecem às sextas-feiras, às 9h, na própria unidade (Rua Embu-Guaçu, 71). “Organizamos uma roda de conversa, que dura cerca de 1h30. A reunião é iniciada com sarau, onde os participantes trazem músicas, poesias, textos, entre outros, e descrevem porque escolheram trazer tal contribuição. Em seguida, compartilham experiências de vida e refletem sobre as mesmas. E ao finalizar, o grupo conversa como foi a sessão e sobre suas repercussões pessoais no momento do encontro, buscando a aprendizagem e a apropriação das experiências”, contou a psicologa loga Patrícia Monteiro.

 

A proposta do trabalho veio de encontro aos objetivos da RAPS e do setor de Atenção Básica (AB) de aumentar os espaços de acolhimento as demandas da pessoa com transtornos psíquicos no seu território de circulação. A USF Sol Nascente possui 127 pacientes em atendimento decorrente de transtorno psíquico e em uso de psicotrópico. “Sendo assim, o “Grupo Comunitário” possibilita a ampliação do Projeto Terapêutico para além da renovação de receitas”, disse a coordenadora da Saúde Mental, Vandrea Novello.


O grupo começou com a coordenação de duas profissionais da RAPS: as psicólogas Maria de Lourdes Dressano e Patrícia Monteiro, além da participação das agentes comunitárias de saúde, Nathalia Penteado e Aparecida Donizetti Salvadio Lopes. “Durante o período, foi perceptível o processo evolutivo dos participantes, que gradativamente se empodeirou da proposta e concretizou o objetivo de proporcionar um diálogo aberto com a comunidade, diversificando e complementando o programa terapêutico de promoção em saúde”. Atualmente as agentes comunitárias apropriaram – se da técnica e coordenam o grupo com total autonomia. 

 

Me senti muito bem em por para fora. Senti um alívio e acolhida. Não sou vista com julgamento. Meu marido e eu divertíamos com a música. Gosto muito de estar aqui”, relatou uma participante. “Frequentei Alcoólicos Anônimos há anos e comecei a me libertar da bebida. Hoje consigo ver que tudo é possível. Basta querer”, disse outro participante. “Gosto mais quando as pessoas falam, aprendo muito com a experiência de cada um”.

 

Com o resultado positivo do trabalho realizado, o objetivo para 2019 é ampliar o projeto com início de “Grupos Comunitários” nas USFs CECAP e 1° de Maio, a partir do mês de fevereiro. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone 3403-1261 (RAPS).

 

* Os nomes dos participantes foram preservados

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