SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE PIRACICABA

Saúde e Câmara realizam Roda de Conversa sobre hanseníase

21 de janeiro de 2019 • Romualdo Filho

Foi realizada nesta segunda-feira (21/01), no anfiteatro da Câmara de Vereadores de Piracicaba, uma Roda de Conversa sobre Hanseníase, Conscientização e Prevenção, organizada pelo Departamento de Vigilância Epidemiológica (DVE), dentro da Campanha Janeiro Roxo. A propositura do trabalho pelo Legislativo é de autoria do vereador Gilmar Rotta.

Também participaram do evento, o secretário municipal de Saúde dr. Pedro Mello, Ermelinda de Fátima Esteves, da equipe do DVE, Eliana Maria Tofolo, do DVE-SP, a vereadora Nancy Thame, enfermeiras, auxiliares e agentes da Rede Municipal de Saúde. O bate-papo foi aberto ao público, visando a capacitação para o diagnóstico precoce e a eliminação de dúvidas sobre a doença. Após a reunião, foi lançada a faixa roxa em frente ao prédio do Legislativo alusiva à Campanha.

Ao longo do mês todas as unidades de saúde da Atenção Básica estão desenvolvendo alguma atividade especial sobre a hanseníase e intensificando testes para diagnóstico precoce da doença, seguindo a orientação de que ‘quanto mais cedo a procura mais cedo vem a cura’.

Dentro da agenda do Janeiro Roxo, no dia 27 de janeiro é comemorado o Dia Mundial de Luta Contra a Hanseníase. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil perde apenas para a Índia em número de casos de hanseníase. Em Piracicaba, em 2016, foram registrados 7 novos casos da doença, segundo a VE. Já em 2017, subiu para 12 novos casos e, em 2018, baixou para 9.

Pedro Mello observou que, apesar da incidência ser considerada baixa, não se pode ‘baixar a guarda’. “Porque se trata de uma doença silenciosa e que não tem grande repercussão junto aos órgão de comunicação. Mas se trata de uma doença altamente contagiosa e que exige atenção especial de toda a rede de saúde”.

Gilmar Rotta destacou a orientação da Câmara de dar apoio a inciativas que são relevantes para a saúde pública. “Temos desenvolvido um trabalho intenso junto com a prefeitura e em especial com a Secretaria de Saúde a fim de orientar a população sobre cuidados de prevenção”, disse.

De acordo com Ermelinda, a meta do Janeiro Roxo e do bate-papo foi sensibilizar profissionais de saúde e a população em geral sobre a importância do diagnóstico precoce e o enfrentamento da doença, “ainda vista com preconceito”. Tanto é que 60% dos casos diagnosticados e em tratamento pelo Centro de Doenças Infectocontagiosas (Cedic) na cidade são da doença em seu nível mais avançado, multibacilar, que exige mais tempo para a cura.

A DOENÇA – A hanseníase é uma doença infecciosa e contagiosa, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, que causa manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na pele. A pele também pode ter alteração da sensibilidade e o paciente não sente (ou tem sensibilidade diminuída) calor, frio, dor e mesmo o toque. É comum ter sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nas extremidades (pés, mãos) e em algumas áreas pode haver diminuição do suor e de pelos. O paciente pode apresentar dificuldades para segurar objetos, pode queimar-se e não sentir ou, por exemplo, perder os chinelos sem perceber.

Sua transmissão acontece de pessoas doentes sem tratamento para pessoas saudáveis, pelas vias aéreas superiores (tosse, espirro, fala). Lembrando que quanto mais cedo o tratamento, menores são as agressões aos nervos e é possível evitar complicações. O tratamento da hanseníase é simples. Em qualquer estágio da doença, o paciente recebe gratuitamente os medicamentos para ingestão via oral – os medicamentos destroem os bacilos. O tratamento leva de 6 meses a 1 ano. O paciente que inicia o tratamento não transmite a doença a familiares, amigos, colegas de trabalho ou escola.

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