Nem mesmo a garoa intensa que caiu durante toda a manhã do domingo, 22, conseguiu impedir a realização da Caminhada Outubro Rosa, no Parque da Rua do Porto. Às 7 horas começaram a chegar os representantes das entidades organizadoras, para montagem das barracas, onde aconteceriam atividades de prevenção. Havia no ar a preocupação de que a chuva se intensificasse e público não comparecesse. Mas houve um acordo geral de que não havia motivo para desistir.
Participaram da organização do evento as seguintes entidades: Santa Casa Inteligente, Ceon, Hospital Fornecedores de Cana (HFC), Cecan, Unimed, Associação Ilumina, Unimep, Via Ágil, Conselho Municipal da Saúde, Conselho da Mulher, Fundo Social de Solidariedade (FUSSP), SemacTur, Semob, Semuttran e Secretaria Municipal da Saúde.
O tempo não firmou, mas o público foi comparecendo aos poucos. Uma das primeiras participantes chegou com o ônibus Outubro Rosa, direto do Terminal Central de Integração (TCI). Luiza Vacelo, do bairro Morumbi, disse que leu no jornal e decidiu participar. “Acordei às 5h45 para não preder o ônibus. Acho muito importante uma iniciativa como essa. Eu só não viria se chovesse canivete. Como não choveu canivete, vim”. Segundo ela, o câncer é um problema genético na família. “Se não morre de câncer, morre de infarto”, disse com descontração.
Quando começou o aquecimento com a técnica Lian Gong, um público expressivo acompanhava as orientações de movimentos coordenados pela especialista do Santa Casa Inteligente, Suzue Yoshii. A partir de então, ficou evidente que o evento seria um sucesso. O prefeito Barjas Negri observou a determinação dos participantes e reforçou a necessidade de dar visibilidade à iniciativa: “Temos de divulgar bastante nas redes sociais o que está acontecendo esta manhã”. Segundo o prefeito, a prevenção em saúde deve ser uma obsessão. “Hoje, é para enfatizarmos a importância da prevenção, mas a prevenção deve acontecer todos os dias, durante todo o ano, quando nos alimentamos bem, praticamos exercícios, quando evitamos excesso de bebidas alcoólicas etc”.
Para a presidente do Fundo Social de Solidariedade (FUSSP), Sandra Negri, o domingo foi um dia especial para as mulheres. “Está sendo um presente para mim poder trabalhar com vocês. Fico feliz de ver mulheres fortes e determinadas enfrentando um problema tão árduo como o câncer”. Já o secretário de Saúde dr. Pedro Mello recordou a derrubada de uma Liminar, durante a semana, que impedia as enfermeiras de coletar material para exames preventivos. “Se a decisão fosse mantida, toda estrutura de prevenção da Atenção Básica seria prejudicada”. O secretário enfatizou também a importância do autoexame. “Temos de quebrar o estigma da doença e para isso, o autoexame é fundamental”.
Foi na linha de quebrar estigma que a senhora Beatriz Zambom Malagoli, integrante do grupo Amigos da Onça, se manifestou, ao falar em nome das mulheres que tiveram a doença. Ela teve câncer de mama, se tratou e recebeu diagnóstico de cura, pelo Cecan. “Câncer não é sinônimo de morte, mas sim, de esperança e fé”. Segundo ela, tudo depende do momento em que é feito o diagnóstico. “Com o diagnóstico precoce, o câncer tem cura”.
Depois da abertura oficial, aconteceu a tão esperada caminhada, com uma volta na pista do parque. Logo em seguida, o grupo Amigos da Onça, formados só por mulheres em tratamento de câncer, se apresentou, com um show divertido e carregado de mensagens de otimismo. O encerramento ficou por conta da Zumba, com Raul Zumba, patrocinado pela Unimed. Nesse momento, nem mesmo a garoa que continuava caindo foi motivo para tirar a descontração geral.
