Natal e final de ano são sinônimos de confraternização entre amigos e familiares. Nesse período, além dos aspectos religiosos e festivos, as pessoas costumam se planejar para o ano seguinte. O que significa mudança.
Com a crise financeira, as festas de 2016 não serão muito diferentes dos anos anteriores. Os presentes tendem a ser simbólicos. As mesas, mais modestas. Mas a expectativa é sempre de esperança. Porque o pessimismo faz mal à saúde.
Esta análise, no entanto, merece um olhar diferente em relação aos animais domésticos. Por incrível que pareça, é no final do ano que o abandono aumenta. Com a crise, a previsão para este ano são mais animais na rua. O que precisa ser um alerta para todos nós, donos de animais de estimação.
As famílias viajam, mudam de residência, precisam cortar os custos. Quem paga a conta, é o animal de estimação. Esse fato se soma ao baixo desempenho das doações realizadas pelo Canil Municipal.
Nos últimos meses, temos sentido a queda no índice de procura por animais, principalmente adultos. Dezenas deles estão há mais de um ano à espera de um dono. O que sobrecarrega nossa capacidade de alojamento.
E a capacidade de abrigo do Canil já está no seu limite máximo. Para continua atendendo às demandas do 156, por novos recolhimentos, as doações dos animais que estão sob a nossa guarda são fundamentais.
Veja que o serviço público de recolhimento de animas só se concretiza após criteriosa avaliação dos casos de extrema urgência, como maus tratos e atropelamentos, sempre conforme a disponibilidade de vagas.
Por isso, vai um alerta: Quem presenciar o abandono de algum animal, deve recolher provas, tais como placa do veículo ou fotos. Logo em seguida, deve procurar a delegacia para registrar um Boletim de Ocorrência.
Porque abandonar animal na rua é crime, passível de punição severa!
Para revertermos esse cenário, precisamos muito do apoio da população. É de suma importância, para quem pretende adotar um animal, analisar bem antes se todos da família estão de acordo, ver se as finanças comportam, porque todo pet precisa, além de alimentação básica, de cuidados especiais, como vacinas, vermifugos, passeio e socialização.
É preciso saber também se a família pretende mudar de residência em um futuro próximo. Porque a saída de uma casa para um apartamento, por exemplo, pode estressar muito o animal, dependendo da raça, pois os mesmos precisam de passeios com mais frequência.
Além de que aumenta a dificuldade da família em preservá-lo. Tanto que esse é um dos fatores que levam ao abandono dos animais, além das viagens de férias de final de ano.
Vale lembrar que um cão tem uma expectativa de vida média de 15 anos e sua situação se torna ainda mais delicada na fase em que atinge a velhice. Convidamos os interessados para que façam uma visita à nossa pagina na internet para mais detalhes sobre doação.
Não podemos deixar que em pleno período de confraternização entre familiares e amigos, aquele que é tido como o melhor amigo do homem seja colocado na rua sem ter como se defender dessa ação triste e nada fraterna. Feliz Natal e Boas Festas para todos: homens e animais de estimação!
* Eliane Carvalho – médica veterinária, coordenadora do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ)
