SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE PIRACICABA

Gabriel Ferrato inaugura o Centro de Vigilância em Saúde (Cevisa), denominado “Dr. Preto”

19 de dezembro de 2016 • Coordenação DAF

Foi inaugurado nesta tarde, 19/12, o Centro de Vigilância em Saúde (Cevisa), à rua do Trabalho, 634, Vila Independência. A nova unidade reúne o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), Centro de Doenças Infectocontagiosas (Cedic), Vigilância Sanitária (Visa) e Vigilância Epidemiológica (VE).

São 2.500 metros quadrados de reforma, com investimento aproximado de R$ 2 milhões, nos últimos quatro anos. Obra que exigiu muita persistência da Prefeitura por se tratar de um prédio antigo. No local vão trabalhar cerca de 105 funcionários, envolvendo os quatro setores do Cevisa.

De acordo com a Lei 8.609/2016, o Cevisa recebeu o nome de André Ferreira dos Santos, médico que ficou conhecido como Dr. Preto. A escolha do homenageado é resultado de um trabalho de longas datas do professor e historiador piracicabano Noedi Monteiro, que havia sugerido esse nome para o antigo Hospital Cesário Motta, desativado há algumas décadas. Posteriormente, o prédio foi dividido para atender a diversas necessidades na área da saúde municipal. Sendo uma das partes destinada agora ao Cevisa.

Durante a inauguração e denominação, estavam presentes familiares e amigos do médico, entre eles Paulo Ferreira dos Santos, neto do homenageado, e Romeu Giovanone, parente da dona Dileta Giovanoni, esposa do Dr. Preto.

De acordo com o prefeito Gabriel Ferrato, o Cevisa é uma conquista da cidade. “Agora temos todos os serviços de vigilância em saúde integrados, o que facilita muito o acesso da população, bem como o serviço dos profissionais de saúde”, disse.

Segundo Ferrato, foram quatro anos difíceis para se equacionar uma pendência que já vinha se arrastando há muito mais tempo. “Reforma e adequação de prédios antigos, de forma geral, são muito mais complicadas do que a construção de um prédio novo. No caso do Cevisa, que é uma parte do antigo hospital psiquiátrico Cesário Motta, a situação foi ainda mais difícil. Por se tratar de várias obras unificadas em uma só, surgiram mil problemas adicionais nesse percurso. O fato é que conseguimos superar todos os obstáculos e estamos aqui com este belo espaço”, enfatizou.

Para o secretário de Saúde, dr. Pedro Mello, o Cevisa é um ganho em qualidade dos serviços, além de trazer economia ao município, por se tratar de um prédio próprio. “Quando unimos as equipes de saúde, de um mesmo setor, que é a vigilância epidemiológica, potencializamos as relações entre os profissionais e as trocas de experiências, ao mesmo tempo em que a população fica melhor assistida, já que não precisa ir a vários locais para ser atendida. Além disso, os profissionais de saúde passam a ter agora um local mais adequado para suas funções”, disse.

Noedi Monteiro falou da importância do homenageado para Piracicaba, em especial no combate a epidemias que assolaram o Brasil no início do século 20. “A peste de 29 [Tifo] foi erradicada na região graças ao grande esforço do Dr. Preto”, observou. Para o historiador, “foram 20 anos de luta para que este nome ganhasse a homenagem que merece, para ficar registrada na história de Piracicaba com dignidade”. Disse ainda que “é um orgulho enorme para o movimento negro da cidade essa homenagem”.

 

BIOGRAFIA – André Ferreira dos Santos, ou Dr. Preto, nasceu em Macaé, RJ, em 1873. Atuou como médico em Piracicaba no século seguinte, depois de passar por São Pedro, onde conheceu sua esposa, Dileta Joanone. Era de família simples e exerceu a função de pedreiro para poder custear seus estudos na área. Formou-se em medicina e continuou trabalhando em obras para pagar seu curso de farmacologia.

Mudou-se para São Pedro em 1913. Em 1918, por meio de convite do também médico Torquato da Silva Leitão, prestou, interinamente, seus serviços profissionais ao Hospital Santa Casa de Misericórdia, em Piracicaba, e ingressou como profissional da Irmandade em outubro de 1921, sendo encarregado pelo ambulatório e o asilo São Lázaro. Em 1929 retornou ao Rio de Janeiro, onde construiu o Hospital e Maternidade São Paulo. Faleceu em julho de 1942, deixando admiradores de seu trabalho.

‹ voltar