SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE PIRACICABA

Índice de acidentes com escorpiões em Piracicaba é 53% menor que média nacional

10 de dezembro de 2013 • Coordenação DAF

O verão se aproxima e o surgimento de escorpiões se torna mais frenquente em épocas de calor e chuvas. Os acidentes escorpiônicos são o de maior número de notificações no Brasil em casos com animais peçonhentos. Em 2010, último dado do Ministério da Saúde, foram 50.126 acidentes. A incidência foi de 26,3 acidentes/ 100.000 habitantes. Em Piracicaba, foram registrados até outubro deste ano 468 acidentes, uma incidência de 12,5 acidentes/ 100.000 habitantes. Embora o índice piracicabano esteja com menos da metade da média nacional, a Secretaria da Saúde está preocupada em reduzir ao máximo o número de casos e, para isso, orienta a população quanto aos cuidados que devem ser tomados. 

Escorpiões adaptam-se facilmente aos grandes centros urbanos (62,2% dos acidentes ocorreram na zona urbana). As áreas de maior risco são os cemitérios e a região da Rua do Porto, além de áreas próximas a terrenos baldios e margens de rios e córregos. Os locais do corpo onde mais ocorrem picadas são os dedos das mãos e os pés (23,9% e 21,5%, respectivamente). A maioria dos acidentes escorpiônicos é considerada leve (83,8%), não sendo indicada soroterapia nesses casos (em 17,7% dos acidentes houve administração de soroterapia; em 76,3% não houve).

Em Piracicaba, a espécie mais encontrada é o amarelo (Tityus serrulatus). Ela representa a espécie de maior preocupação em função do maior potencial de gravidade do envenenamento e pela expansão em sua distribuição geográfica no país, facilitada por sua reprodução partenogenética e fácil adaptação ao meio urbano. Atualmente ocorrem 19 famílias distribuídas em todo o mundo, sendo apenas quatro no Brasil.

Como não há nenhum inseticida específico para eliminar escorpiões, o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) orienta que a melhor forma de se proteger é:

– vedar a residência, mantendo fechados ralos, soleiras de portas e janelas utilizando telas, por exemplo;

– vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés;

– afastar as camas das paredes;

– verificar toalhas, roupas, cobertas, cortinas e sapatos antes de utilizá-los;

– usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem;

–  manter limpos os locais próximos das residências, jardins, quintais, paióis e celeiros;

–  limpar terrenos baldios pelo menos na faixa de um a dois metros junto ao muro ou cercas;

– combater a proliferação de insetos, principalmente baratas e cupins;

– preservar predadores naturais como seriemas, corujas, sapos, lagartixas e galinhas;

– não deixar entulho e lixo doméstico expostos. Os escorpiões se escondem em locais úmidos e escuros, como entulhos, tapetes, pias e tanques, além de túmulos dos cemitérios e margens de rio.

Na localização de escorpião, basta notificar o CCZ que irá enviar técnicos ao local. Em caso de picada, deve-se lavar o local da picada apenas com água ou com água e sabão, hidratar a vítima com goles d’água, elevar o local afetado e levar a vítima imediatamente ao pronto-socorro mais próximo. Não se deve cortar ou furar o local da picada, nem fazer torniquete.

Os principais sintomas a uma picada são:

– dor local imediata e de intensidade variável, podendo irradiar-se até a raiz dos membros.

– hiperemia e edema discreto, piloereção, sudorese e frialdade podem estar presentes no local ou em todo o membro atingido;

– durante alguns dias pode permanecer no local da inoculação hiperestesia ou parestesia;

– de forma sistêmica pode ocorrer midríase, arritmia cardíaca, taquicardia, hipertensão arterial, edema agudo de pulmão, insuficiência cardíaca e choque. A descarga adrenérgica leva à hiperglicemia e leucocitose e contribui também para a hipopotassemia. A descarga colinérgica provoca miose, bradicardia, arritmias, hipotensão arterial, aumento das secreções lacrimal, nasal, salivar, pancreática, gástrica, brônquica, sudorípara, tremores, piloereção, espasmos musculares, contribuindo para o aumento da amilase sanguínea. 

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