A perspectiva da Agência Nacional de Saúde (ANS) é que 2017 feche com uma perda de mais 10 mil planos privados de saúde em Piracicaba. Sendo que de 2014 a 2015 a perda foi de 9.558 vidas e de 2015 a 2016, outros 7.140 usuários tornaram-se SUS-dependentes. Em 3 anos, portanto, segundo a ANS, aproximadamente 27 mil usuários ficaram sem cobertura privada e, consequentemente, passaram a depender do Sistema Único de Saúde.
Em 2014, Piracicaba contava com 215.646 planos privados, para uma população de 388.412 habitantes, o que colocava a cidade acima da média estadual, com uma cobertura de 55,5% pelo sistema suplementar. Número que caiu para 206.088 em 2015, comparado a uma população população crescente de 391.419 habitantes (cobertura de 52,6%). Depois, para 198.948 em 2016, junto a uma população de 397.322 habitantes (cobertura de 50,4%). Com tendência de bater em 189.000 até o final deste ano, o que colocaria o município com 47,5% de cobertura, abaixo da média estadual, de 50%.
O secretário de Saúde do município, dr. Pedro Mello, observa que este é um dos fatores que mais contribuem para o aumento da pressão sobre o atendimento público. “Isso equivale a uma migração de cerca de 7% da população da cidade para o SUS”. Ele observa ainda que a análise de conjuntura deve levar em consideração o panorama regional. Se considerar uma população de 600 mil habitantes da microrregião, tem-se 42 mil vidas deixando os planos privados para serem atendidos exclusivamente pelo SUS.
“A sociedade precisa entender que, apesar de o SUS ser universalizado, permitindo a qualquer cidadão usufruir dos seus serviços, há um limite em sua estrutura. Mas quando há essa migração volumosa, decorrente da crise financeira, não dá tempo para o município se preparar. Exatamente devido à crise, a receita municipal também cai, dificultando novos investimentos na estrutura pública de atendimento para receber novos usuários”, explicou.
