Dando continuidade ao serviço de combate ao Aedes aegypti selvagem, mosquito transmissor da dengue, chicungunya e zika, a Oxitec do Brasil – empresa contratada pela Prefeitura de Piracicaba para fazer o controle biológico – iniciou hoje o trabalho de soltura de mosquitos macho geneticamente modificados (Aedes do Bem!) no bairro São Judas.
O projeto na região central de Piracicaba irá beneficiar ainda outros 10 bairros (São Dimas, Centro, Clube de Campo, Cidade Jardim, Cidade Alta, Parque da Rua do Porto, Nhô Quim, Jardim Monumento, Nova Piracicaba e Vila Rezende).
O projeto Aedes do Bem teve início em 2015 nos bairros CECAP/Eldorado. De acordo com dados da Vigilância Epidemiológica (VE), houve redução de 91% no número de casos de dengue na região no período em que foram liberados os mosquitos genetivamente modificados, caindo de 133 para 12, comparando-se o Ano Dengue 2015 com 2016.
Segundo a VE, no restante do município, a redução foi de 52% para o mesmo período, com 3.487 casos de dengue em 2014/2015, tendo caído para 1.676 em 2015/2016. O sucesso na redução da população selvagem do Aedes aegypti levou a prefeitura a prorrogar o projeto no CECAP/Eldorado por mais um ano, que agora se expande para a região central.
"De um ano para o outro, nós conseguimos reduzir a incidência de dengue em mais de 50% em Piracicaba, resultado de um trabalho contínuo para eliminar os focos de água parada, que são o criadouro do mosquito. No CECAP/Eldorado, onde tivemos o projeto Aedes do Bem, a redução foi extraordinária, acima de 90%", afirmou o secretário municipal de saúde, Pedro Mello, durante o ato de lançamento da nova fase de soltura.
Pedro Mello disse também que a região central foi escolhida pelo fato de apresentar um índice Breteau de 1.4. “Quando esse índice é acima de 1 existe maior risco de epidemia, o que precisa ser evitado com a continuidade das ações de retirada de criadouros, nebulização, quando necessária, e conscientização, bem como, agora, com a soltura do Aedes do Bem, que vai fazer o controle biológico do mosquito transmissor”, explicou
"Estamos empolgados com os resultados atingidos até agora pelo Aedes do Bem. Apesar de ser uma área limitada, esse resultado mostra o potencial de nossa abordagem", afirma Glen Slade, diretor da Oxitec do Brasil, empresa que produz o Aedes do Bem.
Como funciona o Aedes aegypti do Bem
A Oxitec tem trabalhado no controle do Aedes aegypti há mais de uma década. É pioneira no uso de um método biológico para suprimir populações selvagens desta perigosa espécie de mosquito mediante a liberação doAedes aegypti do Bem, machos que não picam e não transmitem doenças. Ao serem liberados, esses machos buscam e copulam com fêmeas selvagens do Aedes aegypti e seus descendentes herdam um gene autolimitante que faz com que morram antes de se tornarem adultos funcionais. Os descendentes do Aedes aegypti do Bem também herdam um marcador fluorescente que permite que eles sejam identificados no laboratório. Isto permite um nível de rastreamento e medição de impacto sem precedentes, levando a um acurado monitoramento e avaliação da eficácia durante todo o programa de uso do Aedes aegypti do Bem.Diferentemente de outras abordagens, o Aedes aegypti do Bem não deixa pegada ecológica. O Aedes aegypti do Bem liberado no ambiente e seus descendentes morrem, portanto, não persistem no ecossistema.
